Uma investigação baseada em dados públicos revelou indícios de um esquema de direcionamento fraudulento em contratos da Prefeitura de Santaluz, no interior da Bahia. Ao todo, foram identificadas possíveis irregularidades em 18 contratos que juntos ultrapassam R$ 1 milhão.
De acordo com a apuração, 18 Microempreendedores Individuais (MEIs) foram criados em tempo recorde, entre março e abril de 2025, todos utilizando o mesmo endereço de e-mail. O capital social declarado dessas empresas varia entre R$ 500 e R$ 1.000, apesar de cada contrato ter valor próximo a R$ 100 mil, o que levanta suspeitas de utilização de “laranjas”.
Outro ponto identificado é que o e-mail associado aos MEIs estaria vinculado a um escritório de contabilidade com ligações políticas diretas com o prefeito nas eleições de 2024. Além disso, os currículos apresentados pelos motoristas contratados seriam idênticos, copiados e colados, o que reforça a suspeita de fabricação em massa dos documentos.
A manobra, segundo os indícios, teria como objetivo mascarar a falta de independência real dos prestadores de serviço, levantando questionamentos sobre a legalidade e a transparência dos contratos firmados pela gestão municipal.
As informações são da ADICC – Associação Dissenção Contra Corrupção.