Exposição colaborativa leva arte fotográfica às ruas de Teofilândia com oficina de lambe-lambe

Neste sábado (10/05), o Cineco, em Teofilândia (BA), sediará a oficina de colagem com técnica de lambe-lambe para a montagem da exposição ao ar livre “Às Ruas: Volto pra Ser”. A atividade, mediada pela artista visual coiteense Íris Brito Lopes, marca o início de uma intervenção urbana colaborativa que ocupará espaços públicos da cidade com fotografias de artistas locais, promovendo arte acessível e diálogos sobre identidade e migração.

A exposição é uma extensão do projeto “De dentro pra fora, volto pra ser!”, da fotógrafa teofilandense Adrielle Paixão, lançado em 2021 pela Lei Aldir Blanc. A obra original documenta o fenômeno migratório entre Teofilândia e Florianópolis (SC), reunindo 40 imagens disponíveis virtualmente. Agora, parte desse acervo ganhará as ruas, junto a trabalhos de outros artistas selecionados por curadoria, em uma proposta que ressignifica a fotografia como arte democrática e espelho da ancestralidade.

Arte como ciclos de memória

Inspirada no conceito africano Sankofa — que simboliza a importância de revisitar o passado para construir o futuro —, a mostra mistura registros do projeto de Adrielle com novas criações. “Retomar essas imagens é fortalecer nossa história. O passado ilumina o presente e vira semente para o futuro”, explica a artista, que é comunicóloga e negra, destacando a potência visual de sua obra como ferramenta de resistência.

A técnica do lambe-lambe, empregada pela coiteense Íris Brito Lopes (conhecida como Retina Retinta), amplia o impacto da exposição. “Levar fotos para as ruas cria diálogos inesperados com quem circula na cidade. A arte viva no cotidiano”, afirma Íris, referência em intervenções urbanas na Bahia.

Inclusão e colaboração

Além de democratizar o acesso à arte, o projeto valoriza artistas locais: as fotos expostas foram selecionadas via edital online, e a montagem será feita coletivamente na oficina. O objetivo é transformar espaços públicos em lugares de encontro e reflexão, conectando moradores às suas raízes e às narrativas migratórias que moldaram a região.

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