Gráfico desatualizado engana ao comparar mortes por Covid-19 com as de outras doenças

Um gráfico desatualizado que compara o número de mortes diárias decorrentes da Covid-19 e de outras doenças tem sido difundido nas redes sociais por publicações que minimizam a letalidade do novo coronavírus. Publicada originalmente pelo site Poder 360 no dia 15 de março, a figura usa dados coletados em 11 de fevereiro, quando a doença havia causado 1.017 mortes na China e uma morte no resto do mundo. Até a última terça, a doença já havia matado 16.231 pessoas. Além de trazer dados antigos, o gráfico ignora que o número de mortes diárias causadas pela pandemia tem crescido rapidamente – a média pulou de 78,7 no primeiro mês da infecção para 419,7 no segundo. Especialistas consultados por Aos Fatos ainda afirmam que a comparação com outras doenças mascara a gravidade da situação atual, porque, mesmo que a mortalidade do novo coronavírus não seja das mais altas, ele se alastra muito rápido e sobrecarrega os sistemas de saúde.

Nas redes, o gráfico passou a ser compartilhado após o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro na terça-feira (24), em que ele minimizou a gravidade da pandemia. Sem o devido contexto, as publicações que trazem o material acumulam mais de 3.000 compartilhamentos até a tarde desta quarta-feira (25) no Facebook. Todas foram marcadas com o selo DISTORCIDO na ferramenta de verificação disponibilizada pela rede social (entenda como funciona). Esta marcação é dada às postagens que contém informações verídicas mas são apresentadas em um contexto enganoso.

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Bahia tem 14 pacientes curados do coronavírus

A Bahia contabiliza, até a noite desta quarta-feira (25), 14 pacientes curados do coronavírus. Quatro pacientes ainda estão internados em hospitais da Bahia.

O restante dos infectados está em isolamento domiciliar. A primeira pessoa a ser curada foi a mulher de 34 anos, de Feira de Santana, que contraiu o coronavírus em uma viagem para a Itália. Ela também foi a primeira paciente registrada no estado. A Sesab ainda não detalhou quais os municípios dos outros 13 pacientes curados.

Com curva de crescimento abaixo do esperado, Bahia responde bem às medidas contra a Covid-19

O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas Boas, deu uma boa notícia nas redes sociais, na manhã desta quinta-feira (26): “A Bahia está respondendo bem às medidas de distanciamento social estabelecidas pelo governo Rui Costa”, escreveu.

De acordo com ele, até a noite desta quarta, eram 91 casos confirmados de Covid-19 no estado, número que, segundo a projeção de crescimento da curva do coronavírus, deveria ser de 193 registros. Isso significa dizer que o estado está com ritmo lento de contágio, com o equivalente a menos da metade do que a previsão.

Início do surto de H1N1 não foi mais mortal que o COVID-19

Não é verdade que o surto do vírus H1N1 – que chegou ao Brasil em 2009, durante o governo Lula (PT) – foi mais letal e contagioso do que o do novo coronavírus. Publicações nas redes sociais que difundem essa desinformação sugerem que a imprensa exagera na cobertura da atual pandemia para prejudicar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No entanto, elas enganam ao comparar o número de casos nas primeiras semanas da Covid-19 com o acumulado de oito meses da gripe suína. Nos 28 dias desde sua chegada ao país, o novo coronavírus infectou 1.891 pessoas e matou 34; já o H1N1 infectou 627 pessoas e matou uma em seu primeiro mês.

A comparação incorreta foi impulsionada pelo pastor Silas Malafaia em seu perfil oficial no Facebook. Sozinha, publicação dele gerou mais de 10 mil interações, sendo 3.100 compartilhamentos. Postagens semelhantes foram publicadas também por perfis pessoais na rede social, acumulando mais outros milhares de compartilhamentos. Todas elas foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta do Facebook (saiba como funciona).

Uma corrente que vem circulando em redes sociais engana ao sugerir que o surto de H1N1 no Brasil, em 2009, foi mais grave do que o atual de Covid-19. No entanto, as publicações comparam casos de oito meses da gripe suína com os infectados em apenas algumas semanas pelo novo coronavírus. Na verdade, em 28 dias, a Covid-19 infectou 1.891 e matou 34 pessoas, enquanto, em período similar, a H1N1 havia infectado 627 pessoas e matou uma.

Publicações enganosas têm usado a comparação incorreta para insinuar que a imprensa está exagerando na cobertura do novo coronavírus para prejudicar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O primeiro caso de coronavírus no país foi confirmado no dia 25 de fevereiro, há cerca de um mês. Até a última atualização (23 de março) dos dados do Ministério da Saúde, havia 1.891 casos confirmados no Brasil e 34 mortes.

Segundo a pasta, a H1N1 chegou ao Brasil em maio de 2009, quando foram registrados 20 casos da doença em cinco estados. Em pouco mais de um mês da pandemia, 627 pessoas em todo o país estavam contaminadas com o vírus. A primeira morte pela gripe suína ocorreu no dia 28 de junho, em Erechim (RS). A segunda morte foi apenas no dia 10 de julho. O primeiro mês do surto de H1N1, portanto, foi bem menos agressivo que o da pandemia atual.

Os números apresentados pela peça de desinformação sobre o H1N1 são parecidos com os dados totais de 2009. No ano da pandemia, foram confirmados 50.482 casos de gripe suína e 2.060 pessoas morreram em decorrência dela.

A comparação entre as doenças também não leva em conta que a taxa de mortalidade estimada para a Covid-19 é maior do que a da H1N1. Pesquisas mostram que os índices de mortalidade da H1N1 variam de 0,01% a 0,08%, enquanto os da infecção pelo novo coronavírus gira em torno de 1%.

Outro lado. AosFatos.org entrou em contato com a assessoria de comunicação do pastor Silas Malafaia para que ele pudesse comentar a checagem. Sem resposta, a reportagem enviou mensagens ao site oficial do pastor, à sua pagina no Facebook e ao endereço de e-mail disponibilizado. Não houve retorno até a publicação desta checagem, no fim da tarde de terça-feira (24).

Referências:

1. Ministério da Saúde (Fontes 1, 2 e 3)
2. G1
3. Aos Fatos
4. Estadão
5. O Globo
6. Yahoo Notícias

Secretários de Saúde dizem ‘estarrecidos’ com pronunciamento de Bolsonaro

Após o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, transmitido em rede nacional de televisão e rádio na noite desta terça-feira, secretários da Saúde do Brasil divulgaram uma carta aberta, onde dizem “estarrecidos” ao discurso em que o presidente faz “uma tentativa de desmobilizar a sociedade brasileira, as autoridades sanitárias de todo o país”.

No texto, os gestores destacam que Bolsonaro contraria todas as recomendações passadas pelo Ministério da Saúde.”Ao invés de desfazer todo o esforço e sacrifício que temos feito junto com o povo brasileiro, negando todas as recomendações tecnicamente embasadas e defendidas, inclusive, pelo seu Ministério da Saúde, deveríamos ver o Presidente da República liderando a luta, contribuindo para este esforço e conduzindo a nação para onde se espera de seu principal governante: um lugar seguro para se viver, com saúde e bem estar”.

Em outro trecho da carta, os secretários de saúde dizem que ‘todas as decisões e recomendações do Conass e do Ministério da Saúde têm se baseado em evidências científicas, na realidade nacional e internacional e buscado inspiração nas melhores práticas e exemplos de condutas exitosas ao redor do mundo.”

CoronavírusVeja dez vezes em que Bolsonaro minimizou a crise

Durante o pronunciamento, o presidente pediu a reabertura do comércio e das escolas e o fim do “confinamento em massa”. As medidas têm sido utilizadas no combate ao novo coronavírus, que já deixou 46 mortos no país. Bolsonaro também  criticou a cobertura da imprensa sobre a crise. Segundo ele, veículos de comunicação espalharam “a sensação de pavor” e potencializaram um cenário de histeria.

Coronavírus: Distanciamento social tem dado resultado na Bahia, diz infectologista

Médico infectologista, Roberto Badaró acredita que as medidas de distanciamento social têm dado certo na Bahia. “A Bahia registrou 34 casos [a entrevista foi ontem, hoje já conta com 55 casos]. O distanciamento social começa a ter efeito. As pessoas estão obedientes e a cidade está vazia”, afirmou, em entrevista a Mário Kertész, na manhã do último sábado, 21, na Rádio Metrópole.

Ainda de acordo com o Badaró, o Estado deve abrir “em tempo recorde” o Hospital Espanhol, que vai servir no combate ao novo coronavírus. A Bahia tem 55 registros da doença.

“A doença no Brasil não atingiu a fase crítica. Distanciamento social é a única forma de desacelerar a doença”, reforça. Segundo o médico, integrantes da Fieb têm se reunido para comprar respiradores, que são usados no momento mais crítico da doença.

Bolsonaro anuncia distribuição de 10 milhões de testes para o covid-19 em todo o Brasil

O presidente Jair Bolsonaro divulgou que o Governo Federal vai distribuir aproximadamente 10 milhões de testes para o Covid-19 no Brasil. Entre eles, 5 milhões já serão enviados para todos os estados ainda no mês de março.

Em publicação no Twitter, Bolsonaro disse que por meio de parcerias, “os testes rápidos poderão ser realizados em locais de fácil acesso, como farmácias, escolas e postos de drive-thru”.

“As amostras são coletadas sem que o paciente saia do seu próprio veículo, uma estratégia adotada com sucesso na Coreia do Sul”, completa o presidente. 

O Secretário Executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, já tinha informado que o governo estaria adquirindo um volume de testes significativos para daqui oito dias.

Coronavírus: Teofilândia tem segundo caso suspeito; paciente é do sexo masculino

A Secretaria Municipal de Saúde de Teofilândia informou na tarde deste sábado, 21, que existe o segundo caso suspeito de coronavírus (COVID-19) na cidade. Segundo informações do secretário de saúde Edy Carlos Oliveira, o paciente é do sexo masculino e apresenta sinais da doença como tosse, febre e falta de ar. O mesmo está sob medicação e segue em isolamento domiciliar aguardando o resultado do exame.

“Os dois casos estão sendo monitorados pela secretaria, nossa equipe está trabalhando com total dedicação. A demora na entrega dos resultados é por causa da grande demanda na região. Vamos continuar torcendo e aguardando bons resultados”, disse o secretário.

‘Não é como uma gripe, é uma pneumonia muito severa’, dizem médicos de hospital na Itália

Médicos do principal hospital de Bérgamo estão preocupados com a quantidade de pacientes da doença que já matou mais de 4 mil pessoas na Itália. E fazem um alerta ao mundo: “Não é uma gripe”. 

“A maioria dos pacientes tem pneumonia. É uma pneumonia muito severa”, alertou um médico.

Com cerca de 120 mil habitantes, a cidade de Bérgamo, no norte da Itália, tornou-se um dos locais mais críticos da pandemia de novo coronavírus — a ponto de militares precisarem trabalhar para levar os corpos das vítimas da Covid-19.

Com a velocidade do contágio do novo coronavírus, o sistema de saúde de Bérgamo está sobrecarregado. “É massivamente estressante para qualquer sistema de saúde, porque vemos todo dia de 50 a 60 pacientes chegando. A maioria é tão severa que eles precisam de muito oxigênio”, disse outro médico.

“Nunca me senti tão estressado na minha vida. Eu sou um intensivista, então estou acostumado com momentos intensos, com escolhas. Quando você chega a esse ponto, você percebe que não é suficiente. Estamos fazendo o nosso melhor, mas talvez não seja suficiente.”

Bolsonaro volta a minimizar pandemia e chama de ‘gripezinha’

Indagado sobre seu estado de saúde, o presidente Jair Bolsonaro voltou a minimizar, nesta sexta-feira, a gravidade da Covid-19, causada pelo novo coronavírus, e chamou a doença de “gripezinha”. No Brasil, pelo menos 904 foram infectadas e onze já morreram. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença já infectou 209 mil pessoas e matou 8,7 mil.

— Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar — afirmou Bolsonaro, referindo-se à facada que recebeu durante a campanha presidencial em 2018.

A saúde de Bolsonaro vem sendo alvo de especulação depois que pelo menos 22 pessoas que tiveram contato com o presidente durante uma viagem aos Estados Unidos e que testaram positivo para a doença. Nos últimos dias, Bolsonaro anunciou que se submeteu a dois exames e que ambos deram negativo para a Covid-19.

Questionado sobre se, diante do número de pessoas que testaram positivo para a doença e que tiveram contato com ele, Bolsonaro disse que poderia se submeter a um novo exame.— Posso me submeter a outro exame, de acordo com orientação médica — afirmou.

Mais cedo, quando saía do Palácio da Alvorada, o presidente disse que poderia fazer um terceiro exame:

— Eu estou bem. Fiz dois testes. Talvez faça mais um até. Recebo orientação médica — disse Bolsonaro, levantando a hipótese de ter sido contaminado pelo vírus e não ter descoberto:

— Aqui em casa, toda a família deu negativo. Talvez, eu tenha sido infectado lá atrás e nem fiquei sabendo. Talvez. E estou com anticorpo.

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