Prefeita de Araci é condenada por abuso de poder político durante eleições de 2024
A prefeita de Araci, na região sisaleira, Maria Betivania Lima da Silva, conhecida como Keinha (PDT), foi condenada pela Justiça Eleitoral por abuso de poder político nas eleições do ano passado. A gestora também foi multada em R$ 150 mil.
A ação foi movida pela coligação “Pra Cuidar da Nossa Gente”, que acusou Keinha de assédio eleitoral, exonerações e ameaças a servidores públicos por motivações políticas.
De acordo com a denúncia, a prefeita teria usado o cargo e a condição de candidata à reeleição para intimidar servidores comissionados e contratados que não estivessem apoiando sua candidatura. Em um discurso durante a inauguração de um comitê eleitoral, Keinha teria ameaçado exonerar funcionários ligados a adversários políticos.
Na ocasião, ela afirmou que havia “gente com cargo de confiança e contratado caminhando com vereador da oposição”, e completou:
“Não aceito. Estou vendo aqui uns quatro. Vou chamar de porta em porta e pedir para escolher a família 12 ou pega os panos e vaza”.
O número 12 era o utilizado pelo PDT, partido da prefeita.
A Justiça lembrou que, durante o período eleitoral e até a posse de um eventual novo mandato, gestores públicos são proibidos de nomear, contratar, demitir sem justa causa, transferir ou exonerar servidores, exceto os ocupantes de cargos comissionados. Ainda que a exoneração desses cargos seja legalmente permitida, o uso dessa prerrogativa como instrumento de intimidação política configura abuso de poder.
A sentença também determinou que, nos próximos anos, fique proibida a exigência do título de eleitor como critério de inscrição na Copa Rural de Araci, sob pena de multa.
A decisão cabe recurso.
Condenado a mais de 7 anos por roubo armado é preso em Serrinha
Um homem de 27 anos, condenado definitivamente a sete anos e seis meses de prisão por roubo qualificado com uso de arma de fogo, foi preso nesta segunda-feira (13) por policiais civis em Serrinha, região sisaleira da Bahia.
De acordo com a Polícia Civil, o homem foi identificado por meio de câmeras de segurança. Após o reconhecimento, equipes da Delegacia Territorial (DT) de Serrinha localizaram o condenado em via pública e cumpriram o mandado de prisão, expedido pelo Poder Judiciário após a sentença definitiva.
O suspeito foi submetido a exame de corpo de delito e permanece à disposição da Justiça para o início do cumprimento da pena. A ação contou com o apoio do Grupo de Apoio Tático e Técnico à Investigação (GATTI).
PM e namorada são condenados por assassinato de motorista em Santaluz
O policial militar Jeferson Cedraz e a namorada dele, Sara Carneiro Santos Silva, foram condenados pelo assassinato do motorista de transporte alternativo Cléber Machado Souza, conhecido como Clebinho. O crime ocorreu em novembro de 2022, na cidade de Santaluz, região sisaleira da Bahia.
O julgamento, realizado no Fórum de Santaluz, terminou na madrugada de sábado (11). O júri popular condenou Jeferson a 28 anos de prisão, enquanto Sara recebeu uma pena de 31 anos e seis meses.
De acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), o casal agiu em conjunto para matar Clebinho, que era marido de Sara na época do crime. A vítima foi morta a tiros, conforme detalha a denúncia apresentada à Justiça.
O julgamento chegou a ser iniciado em setembro, mas foi adiado após as defesas solicitarem o cancelamento, alegando que não tiveram acesso a uma peça processual apresentada pelo MP.
Com a sentença, Jeferson e Sara deverão cumprir pena em regime inicialmente fechado. A defesa dos condenados ainda pode recorrer da decisão.
Homem morre após ser agredido com pauladas durante discussão em Euclides da Cunha
Um homem identificado como Jorge Oliveira Santos, de 54 anos, morreu após ser agredido com pauladas durante uma discussão, no município de Euclides da Cunha, a 143 km de Serrinha. O caso aconteceu na noite de sábado (11), na Rua L, no bairro Bela Vista.
De acordo com informações da Polícia Civil, ele foi encontrado ferido e caído no chão. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada e levou o homem a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas ele não resistiu aos ferimentos.
Após buscas, os policiais localizaram o suspeito — um homem de 33 anos — nas proximidades do posto de saúde do bairro. Ele foi preso em flagrante por homicídio. A motivação da briga é investigada.
O suspeito foi submetido aos exames legais e segue à disposição da Justiça, aguardando audiência de custódia. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) foi acionado para realizar perícia no local e encaminhar o corpo para necropsia.
O caso é investigado pela Delegacia Territorial de Euclides da Cunha.
Teofilândia celebra o Dia das Crianças com a 5ª edição do “Infância em Festa”
O último domingo (12) foi de muita alegria e diversão em Teofilândia. A Prefeitura realizou a 5ª edição do “Infância em Festa”, um evento totalmente dedicado às crianças do município, que transformou a praça em um verdadeiro espaço de encantamento.
Durante toda a tarde, os pequenos puderam aproveitar parquinho, trenzinho encantado, banho de caminhão-pipa, personagens temáticos, além de muita música animada. Também foram distribuídos pipoca, algodão-doce e picolé, garantindo o sabor especial da comemoração.
Mais do que diversão, o “Infância em Festa” representou um gesto de cuidado e amor. Segundo a organização, a proposta é proporcionar momentos inesquecíveis e celebrar o que há de mais bonito na infância: brincar, sorrir e ser feliz.
Toda a programação foi oferecida de forma gratuita, reforçando o compromisso da Prefeitura em priorizar o bem-estar e a alegria das crianças teofilandenses.
Insegurança alimentar atinge 2,1 milhões de lares na Bahia, mas estado registra menor índice em 20 anos
A Bahia registrou, em 2024, o menor índice de insegurança alimentar dos últimos 20 anos, igualando a taxa observada em 2013. Dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 2,115 milhões de domicílios baianos, o equivalente a 37,8% do total, conviviam com algum grau de insegurança alimentar, desde a preocupação com o acesso a alimentos até a falta efetiva de comida.
Apesar da melhora em relação a 2023, quando 40,2% das residências estavam nessa condição, o estado piorou no ranking nacional, subindo da sexta para a quinta maior proporção de domicílios com insegurança alimentar do país. A pesquisa integra o módulo de Segurança Alimentar da PNAD Contínua, realizado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
A redução observada na Bahia foi de 3,2%, o que representa 74 mil domicílios a menos em situação de insegurança alimentar. Mesmo assim, o problema ainda atinge mais de um terço das residências do estado.
O levantamento também mostra que a Bahia, apesar de reunir a quarta maior população do país, concentra o segundo maior número absoluto de lares com insegurança alimentar (2,1 milhões) e de pessoas vivendo nessas condições (5,8 milhões), atrás apenas de São Paulo, que soma 3,3 milhões de domicílios afetados.
Os dados do IBGE detalham que houve melhora em quase todos os níveis de insegurança alimentar, com exceção da leve, que apresentou pequeno aumento. Insegurança leve: afeta 1,334 milhão de domicílios (23,8%), aumento de 0,7% frente a 2023. Nesses casos, há incerteza quanto ao acesso a alimentos, mas não ocorre fome.
Insegurança moderada: presente em 477 mil domicílios (8,5%), queda de 1,2 ponto percentual em relação ao ano anterior. Insegurança grave: atinge 304 mil residências (5,4%), redução de 9% em um ano. Nessas casas, a fome é uma realidade, afetando diretamente 707 mil pessoas.
Com esse número, a Bahia continua sendo o segundo estado com mais lares ameaçados pela fome, atrás apenas de São Paulo (409 mil). Em termos proporcionais, o estado tem a sexta maior taxa de insegurança alimentar grave do país e a mais alta fora da Região Norte.
Embora os indicadores baianos tenham melhorado, a redução foi menor que a média brasileira. No país, a proporção de domicílios com insegurança alimentar caiu de 27,6% em 2023 para 24,2% em 2024 — uma queda de 3,4 pontos percentuais, contra 2,4 pontos na Bahia.
Essa diferença fez o estado cair de posição no ranking, já que outras unidades federativas registraram avanços mais expressivos. Em 2024, o Pará liderou a lista com 44,6% dos lares afetados, seguido de Roraima (43,6%) e Piauí (39,3%). Na outra ponta, Santa Catarina (9,4%), Espírito Santo (13,5%) e Rio Grande do Sul (14,8%) apresentaram as menores taxas do país.
O levantamento nacional do IBGE revela ainda que a insegurança alimentar atinge com mais força domicílios chefiados por mulheres, pessoas pardas e de baixa escolaridade. Entre os lares com insegurança alimentar, 59,9% têm mulheres como responsáveis, enquanto no total de domicílios do país elas representam 51,8%.
Mais da metade (54,7%) dos domicílios afetados é chefiada por pessoas pardas. Quase 4 em cada 10 (36%) são liderados por pessoas com ensino fundamental incompleto, proporção bem superior à média geral de 26,7%
O IBGE realiza medições sobre segurança alimentar desde 2004, por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), e os resultados são comparáveis ao longo das décadas. A Bahia repete agora o menor percentual registrado em 2013, quando o estado também havia atingido 37,8% de domicílios com algum grau de insegurança alimentar.
A nova queda indica avanço após o agravamento observado durante a pandemia da Covid-19, quando a fome voltou a crescer em todo o país. Ainda assim, especialistas destacam que os números baianos mostram uma redução lenta e desigual, e que o problema permanece concentrado nas populações mais vulneráveis.
Serrinha inaugura Agência Transfusional de Sangue e amplia serviços na região sisaleira
Serrinha passou a contar, desde a manhã desta quarta-feira (8), com uma Agência Transfusional de Sangue instalada no Hospital Municipal. A nova unidade vai beneficiar o município e outras 18 cidades pactuadas, oferecendo serviços de transfusão e tratamentos hematológicos que, até então, só estavam disponíveis em Salvador.
Durante a cerimônia de inauguração, o secretário municipal de Saúde, Alex da Saúde, destacou a relevância do equipamento para toda a região.
“É um momento de celebração. Precisamos falar sobre esse marco, sobre essa virada de página de Serrinha e do território do sisal. Pacientes com anemia falciforme, por exemplo, que antes precisavam sair de madrugada para Salvador, agora poderão fazer as transfusões aqui, o que reduz custos e toda uma logística”, afirmou.
A implantação da Agência Transfusional é fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Serrinha e a Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba). O espaço representa um avanço significativo no atendimento de pacientes que necessitam de transfusões e acompanhamento hematológico contínuo.
Entre as funções da unidade estão o armazenamento e conservação de hemocomponentes, realização de testes imunológicos pré-transfusionais, execução e registro das transfusões, rastreamento e notificação de reações transfusionais, além de suporte técnico aos hospitais da região e capacitação das equipes de saúde.
Ao todo, 28 profissionais atuarão na unidade, atendendo Serrinha e os 19 municípios do consórcio de saúde, garantindo mais agilidade e segurança nos procedimentos que antes exigiam longos deslocamentos.
A diretora de Hemoterapia da Hemoba, Ana Clara Resedá, destacou que a nova estrutura vai oferecer serviços inéditos no interior da Bahia, como a sangria terapêutica, indicada para pacientes com níveis elevados de ferritina.
“A gente vai fazer a sangria terapêutica, que é para os pacientes que têm ferritina alta, onde precisamos retirar o sangue, tratar e descartar para que a ferritina baixe. É um serviço que também só tem em Salvador”, explicou.
Segundo Ana Clara, além da capital, o procedimento é realizado apenas no Hemoba e no Hospital São Rafael, da rede privada. Ela também anunciou que o atendimento com hematologista para pacientes com anemia falciforme será pioneiro no interior do estado.
“Teremos serviços e atendimentos com hematologista para pacientes com anemia falciforme, que é um programa único no interior da Bahia”, acrescentou.
O prefeito Cyro Novais (MDB) também participou da inauguração e ressaltou a importância da doação de sangue para o funcionamento da nova estrutura.
“A grande maioria talvez não tenha noção do que é precisar de uma transfusão. Mas é importante entender o valor desse gesto. Temos quase 15 milhões de habitantes e apenas 14 mil doadores. A discrepância é enorme, e o desafio também”, destacou.
Para incentivar a solidariedade, o gestor anunciou que a Prefeitura de Serrinha disponibilizará transporte gratuito para moradores que desejarem doar sangue em Feira de Santana ou Salvador.
“Vamos oferecer transporte sem custo para quem queira doar, porque entendemos que essa estrutura só funciona se houver sangue disponível”, afirmou.
Metade da população baiana vive com até meio salário mínimo
Quase metade da população da Bahia (48%) tinha, em 2022, rendimento médio mensal domiciliar per capita de até meio salário mínimo, o equivalente a R$ 606 naquele ano. O número representa 6,77 milhões de pessoas, de acordo com o Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE. O valor é inferior à linha de pobreza do Banco Mundial, fixada em R$ 636 para países de renda média-alta, como o Brasil.
Embora seja o quarto estado mais populoso do país, a Bahia tem o segundo maior contingente de pessoas com renda per capita até meio salário mínimo, atrás apenas de São Paulo (8,9 milhões). Em 317 dos 417 municípios baianos (76%), mais da metade dos moradores vivia nessa faixa de renda. Os maiores percentuais foram observados em Buritirama (73,3%), Pilão Arcado (72,0%) e Piraí do Norte (71,7%).
Apenas dez cidades baianas (2,4%) registravam rendimento médio domiciliar per capita acima de um salário mínimo (R$ 1.212) em 2022. Lauro de Freitas (R$ 1.879,69), Salvador (R$ 1.770,35) e Luís Eduardo Magalhães (R$ 1.644,88) lideravam o ranking. No extremo oposto, Buritirama, Pilão Arcado e Ipecaetá tinham rendas médias inferiores a R$ 520.
No geral, o rendimento médio per capita baiano era de R$ 1.079,17, 34% menor que a média nacional (R$ 1.638,06) e 11% abaixo do salário mínimo vigente. O estado ocupava a 8ª pior posição do país nesse indicador.
Em 2022, apenas 47,1% da população baiana com 14 anos ou mais estava ocupada, o 10º menor nível do país. No Brasil, o índice era de 53,5%. Apenas 53 municípios baianos (12,7%) tinham mais da metade dos habitantes em idade ativa trabalhando, destaque para Luís Eduardo Magalhães (66,8%), Porto Seguro (63,5%) e São Miguel das Matas (63,3%).
Os menores níveis de ocupação foram registrados em Jaborandi (17,7%), Mansidão (18,9%) e Morpará (19,9%).
O rendimento médio do trabalho na Bahia era de R$ 1.944,86, o terceiro mais baixo do país, à frente apenas de Maranhão e Piauí. Lauro de Freitas (R$ 3.178,64) e Salvador (R$ 2.964,38) apresentavam os maiores salários médios do estado, enquanto Mulungu do Morro (R$ 805,03) tinha o terceiro menor salário do Brasil.
Quatro em cada dez trabalhadores baianos (40,1%) atuavam em comércio (16,8%), agropecuária (14,1%) e construção (9,2%). A agropecuária tem maior peso na Bahia do que na média nacional, onde ocupa a quarta posição entre as atividades que mais empregam.
Apesar de as mulheres representarem 52,2% da população em idade de trabalhar, elas não eram maioria em nenhuma cidade baiana entre os ocupados. Salvador tinha a maior proporção feminina (48,3%).
Mulheres predominavam em apenas 6 das 22 seções de atividade, especialmente em serviços domésticos (93,5%), educação (76,9%) e saúde (76,6%).
A diferença salarial também persistia: o rendimento médio das mulheres (R$ 1.811,73) era 11,2% menor que o dos homens (R$ 2.040,67). As maiores desigualdades estavam em saúde (-44,2%), atividades financeiras (-34,6%) e gestão de resíduos (-45,1%).
Em apenas quatro setores, construção, indústrias extrativas, eletricidade e gás, e transporte, as mulheres recebiam mais do que os homens, justamente nas áreas em que menos trabalhavam.
Corpo de bebê é encontrado em aterro sanitário de Jacobina; prefeitura lamenta o caso
O corpo de um bebê, com aproximadamente oito meses de gestação e ainda envolto pela placenta, foi encontrado sem vida na manhã desta segunda-feira (7) em um aterro controlado no município de Jacobina, no centro-norte da Bahia. De acordo com as informações, o corpo teria sido recolhido junto ao lixo doméstico e passou pelo caminhão compactador antes de ser localizado.
A Prefeitura de Jacobina se pronunciou oficialmente nesta terça-feira (8), por meio de nota à imprensa, informando que acompanha de perto as investigações e presta total apoio às autoridades competentes. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT), responsável pela remoção do corpo e realização da perícia no Instituto Médico Legal (IML).
Segundo a administração municipal, o local onde o bebê foi encontrado é operado pela empresa Empesa, contratada para a gestão do aterro sanitário. Assim que a ocorrência foi identificada, as equipes acionaram imediatamente a polícia e o DPT, para adoção das medidas legais e periciais cabíveis.
A prefeitura destacou ainda que está colaborando integralmente com as investigações, colocando-se à disposição para fornecer todas as informações que possam contribuir com o trabalho das autoridades.
Em nota, o município lamentou profundamente o ocorrido e reafirmou seu compromisso com a transparência, o respeito à vida e o apoio irrestrito às instituições responsáveis por esclarecer as circunstâncias da tragédia.
MP-BA recomenda correção no uso de câmeras corporais por policiais
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) recomendou à Secretaria de Segurança Pública (SSP) e aos comandos das Polícias Civil e Militar medidas que aprimorem a política de uso das câmeras corporais operacionais (CCOs) pelas forças de segurança pública do estado. Expedida pelo Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp) e 5ª Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial da capital, a recomendação foi publicada nesta quarta-feira, dia 8, no Diário de Justiça Eletrônico.
O documento resulta de procedimento instaurado para fiscalizar a execução da política em todas as suas etapas, desde a aquisição e distribuição dos equipamentos até o uso, armazenamento e compartilhamento das imagens.
Segundo a recomendação, diligências e visitas técnicas, realizadas nos últimos dois meses em unidades da Polícia Militar, Polícia Civil e do Departamento de Polícia Técnica (DPT), constataram subutilização dos equipamentos e ausência de controle sobre a forma de uso das câmeras.
De um total de 1.263 câmeras distribuídas, conforme dado da SSP, apenas 7,5% (95) estavam sendo efetivamente utilizadas no momento das vistorias. Foram inspecionadas 15 unidades policiais contempladas com os dispositivos. Outras pontos identificados foram o critério utilizado para disponibilização das câmeras e regras de compartilhamento que dificultam a utilização das imagens pelos atores do Sistema de Justiça.
LETALIDADE COMO CRITÉRIO
O MP-BA recomendou à SSP que, em vez de priorizar as unidades policiais com maior quantidade de atendimentos pelo Disque 190, a distribuição das câmeras considere as lotações com maiores índices de letalidade policial dos últimos 12 meses.
Segundo estudo do Centro de Apoio Operacional de Segurança Pública (Ceosp) do MPBA, as unidades mais letais atualmente são as Companhias Independentes de Policiamento Tático – Rondas Especiais (Rondesp) do Recôncavo, Extremo Sul, Atlântico, Baía de Todos os Santos e o 19º Batalhão de Polícia Militar de Jequié. Nenhuma delas utiliza as câmeras. Quanto ao compartilhamento das gravações, foi recomendada a revisão das regras para permitir o envio direto dos arquivos às autoridades competentes e a criação de um fluxo automático de envio em casos de prisões em flagrante.